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Tempo de mudanças! Quem vê estranha!

08 | 11 | 2022
Fala Diretora
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Tempo de mudanças! Quem vê estranha!

Lembranças de professora alfabetizadora na década de 70: poucas eram as crianças que chegavam à escola pública com intimidade com o lápis, quanto mais com a escrita! Levávamos um bom tempo para ensinar a turminha a segurar corretamente um lápis.
Bom tempo era consumido também para o controle da mão com o papel. Um tempão para saber fazer bolinhas e risquinhos dentro das linhas. Depois, ensinar movimentos mais elaborados para finalmente começar o traçado das letras.
Existia o caderno de caligrafia, auxiliar poderoso e tormentoso, que até, penso eu, ainda podemos encontrar em alguma papelaria retrô.
A letra, naquele tempo, era uma condição, um trilho, um caminho para o bom aluno demonstrar seu aprendizado. Boa letra, já era meio caminho andado!
Depois, passamos um outro período, quando o importante era o conhecimento da língua. A boa caligrafia, a escrita legível ficou um pouco para trás.
Agora nossos alunos quase não escrevem à mão. Passam os dedos pelos tablets, gastando as digitais e colocando na tela seus saberes.
Muitas escolas estão abolindo os cadernos. Somente ensino digital.
Com esse expediente, tem garoto esperto que finge que está fazendo uma tarefa escolar, mas, no entanto, está jogando ou pior, vendo na tela outros conteúdos não muito edificantes.
Há escolas que também não estão fazendo mais provas. Os meninos estão sendo avaliados de outras maneiras. Eu ouso dizer que não entendo que maneiras e métodos são esses, mas, vá lá!
Reconheço que as mudanças são necessárias sempre. Porém confesso que algumas delas estão acontecendo de maneira muito rápida.
Penso que toda mudança precisa ser paulatina. Não podemos esquecer de alguns pilares centrais que fizeram e fazem uma boa prática.
Não podemos esquecer que a moçada adora a lei do menor esforço. Cada vez menos cobranças, menos produção!
Eu me lembro de minha adolescência, se bem que já está bem longe. Eu era da turma do menor esforço, confesso! Só dei uma melhorada quando terminei o ensino médio. Bateu a responsabilidade!
Todos os garotos são iguais. Raras são as exceções; aqueles que têm interesse real pelo saber e pela aprendizagem em tenra idade.
Precisam de empurrões, de tutela, de supervisão, de incentivo, ou seja, não podem ficar apenas expostos às facilidades. Precisam ler. Precisam escrever.
Trabalho duro, mas os educadores são guerreiros tenazes! Se a moçada quer moleza, pode ser até que encontre, mas sempre encontrará um professor que não desistirá de ensinar!

Sonia Regina P. G. Pinheiro

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Comentários

Any Barcellos
Sim, minha amiga. Sabemos que é isso mesmo…